O Santos apresentou uma melhora em relação as últimas partidas em que atuou longe da Vila Belmiro, mas voltou a não aproveitar as chances para marcar os gols. O Peixe terminou punido com um pênalti na derrota por 2 a 1 para o São Paulo, na última segunda-feira, no Morumbi, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro.

No início do clássico, a impressão era de que seria mais um jogo sofrível para o torcedor santista. Com um time perdido em campo, o Peixe foi dominado em boa parte do primeiro tempo e, em uma falha generalizada do sistema defensivo, sofreu o gol de Calleri.

A irritação do técnico Fabián Bustos era visível. O treinador conversava com o banco de reservas e dizia não entender tantos erros. Mas o que parecia ser uma repetição das tantas partidas fora de casa passou a mudar por volta dos 30 minutos do primeiro tempo. O time cresceu, e Marcos Leonardo empatou pouco antes do intervalo.

Como consolo ao torcedor santista fica a postura de um time que agrediu o adversário e não ficou somente na defensiva, jogando por uma bola. Uma forma de jogar, por vezes apática, que irritou a torcida nas últimas partidas.

O Santos parece ter encontrado um caminho para atuar como visitante. Poderia até ter vencido o jogo se tivesse aproveitado os espaços dados pelo rival sobretudo no início do segundo tempo. Mas a equipe novamente escorregou em um problema já detectado por Fabián Bustos: a finalização. Baptistão e Fernández tiveram chances claras para balançar as redes, mas não aproveitaram.

Bustos mexeu na equipe, tentou dar mais velocidade com Lucas Braga, ao mesmo tempo que reforçou a defesa com William Maranhão. Porém, um lance recheado de reclamações por causa da marcação de um lateral e uma possível falta de Alisson o em Marcos Leonardo, resultou no pênalti em que a bola bateu no braço de Fernández.

^{Marcos Leonardo e Alisson em lance que gerou polêmica entre São Paulo x Santos — Foto: Ivan Storti/Santos FC}

Por mais que o Santos saia do Morumbi na bronca com arbitragem, com ou sem razão, o erro da equipe de Leandro Pedro Vuaden não teria tanto peso se o Peixe, antes de tudo, convertesse as chances desperdiçadas.

Bustos ressaltou muito a evolução do Santos com o seu trabalho. Nas palavras dele, uma equipe que era a pior em todas estatísticas no Paulistão, e que hoje consegue competir de igual para igual com os rivais. Claro, uma visão otimista do treinador que tem buscado provar ser a melhor escolha para o comando do Peixe.

E, assim como o comandante santista também reconhece, ainda existe um caminho longo a ser percorrido. Mas não se pode dizer que o Santos não evoluiu nas mãos do argentino. É algo gradual, não da noite para o dia, nem com respostas rápidas como foi, por exemplo, com Jorge Sampaoli.

A impressão que fica é que Bustos tem bem claro o que ele quer do elenco. E que o grupo tem buscado corresponder. O desafio, agora, está em continuar o crescimento, reduzindo as oscilações durante as partidas, mantendo um time equilibrado na defesa e no ataque.

A partida contra o São Paulo foi um ponto positivo de como o Santos pode jogar de maneira competitiva fora de casa. Se conseguir chegar a esse tão desejado equilíbrio, Fabián Bustos poderá superar seus antecessores e vislumbrar um trabalho de médio/longo prazo no Peixe.

Por Bruno Gutierrez — Santos, SP