O cartão de crédito é a modalidade que concentrou o maior endividamento entre os paranaenses no mês de outubro - 84,1%, segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio). Essa opção de pagamento é também a que tem as maiores taxas de juros.
O Anderson Nicoforenco é autônomo, revende peças para carros e também trabalha como motorista de aplicativo. No dia a dia financeiro, o cartão de crédito está presente na vida dele uma vez que o utiliza para pagar a maior parte das despesas da casa.
Ele conta que controla as finanças por meio de aplicativos no celular e que fica atento aos gastos para não perder o controle.
“Não pagar o mínimo [da fatura] de forma alguma, buscar alguma outra forma de ter o recurso, mas não deixar a dívida ficar no cartão. Se a dívida fica no cartão, o juro é muito mais alto. ”
A pesquisa ainda mostrou que quase 25% dos consumidores não conseguiram pagar alguma conta em outubro.
Quando é necessário recorrer ao crédito, além do dinheiro em si, você vai pagar também pelo tempo que demorar para devolver o valor que pegou emprestado: são os famosos juros.
“A média divulgada pelo Banco Central hoje está em 338% de juros ao ano. Então, vamos supor que você tem uma dívida de R$1.000,00 no cartão, no final de um ano essa dívida vai ser acrescida em 366%, ou seja, você vai ficar devendo R$ 4.660,00” explica o economista Wilhelm Meiners.
Atualmente, as diferentes formas de crédito como financiamentos, empréstimos, cheque especial e o cartão de crédito estão muito acessíveis e é justamente essa facilidade que pode causar problemas.
“O problema nisso está em as pessoas ficarem presas na armadilha do dinheiro fácil. Porque isso vai custar pesadamente em prestações mensais, porque a dívida tem que ser paga, tem que ser amortizada, o juros tem que ser pago. Geralmente, são operações muito fáceis com taxa de juros mais alta.”
Para o economista, é importante que a família estabeleça um limite do percentual da renda que pode ficar comprometido com parcelamentos.
“Você não pode assumir prestações que superem muito 30% a 40% da sua renda, com todas as operações de crédito que fizer. ”
Para manter a contas em ordem, Anderson é criterioso na hora de escolher qual cartão usar.
“O fator principal para a gente aceitar ou contratar um cartão de crédito é ele ser de forma gratuita, sem precisar pagar uma mensalidade, uma anuidade. E o segundo fator de escolha é a pontuação que ele pode gerar.”
Consumidor consciente e comedido, o Anderson aprendeu que, sabendo usar o cartão de crédito, é possível fazer o dinheiro render mesmo quando está gastando.
“Quanto mais gasta, mais retorno tem. Mas tem que ter cuidado para não tornar o motivo do retorno a necessidade de gastar mais. Tem que ter esse autocontrole também.”
Por g1