POLÍCIAL

Grupo do Paraná que trazia drogas do Paraguai para o Brasil é alvo de operação da Polícia Federal

Ao todo, foram expedidos 14 mandados de busca e apreensão, sete deles de prisão, além de bloqueio de bens dos suspeitos
17 de agosto de 2022
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A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira (17), a Operação Lottus com objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em tráfico de drogas. Segundo a PF, o grupo despachava drogas trazidas do Paraguai através do lago de Itaipu, no Oeste do Paraná, para diversos estados brasileiros, concentrando as remessas para cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul.

Foram expedidos 14 mandados judiciais nas cidades de Cascavel e Toledo, no Oeste do Paraná, e em um resort de luxo na praia de Porto de Galinhas, litoral pernambucano, onde estava hospedado de férias um dos membros da organização criminosa.

Entre os mandados, sete são de prisão. A Justiça Federal também determinou a prisão preventiva dos sete principais membros do grupo e o sequestro de automóveis, imóveis e contas bancárias dos investigados e de laranjas.

A suspeita é que os criminosos aproveitavam o trabalho de um advogado com conhecimento em contabilidade para abertura de empresas fictícias em nome de outros traficantes. A partir disso eram emitidas notas fiscais de venda de produtos naturais para dissimular a remessa de drogas através de transportadoras de Cascavel.

Investigações

Segundo a PF, o esquema ocorria pelo menos desde 2020. A atividade envolvia, além das empresas a criação de logomarcas, uniformes e plotagem de veículos e embalagens para simular a efetiva remessa dos produtos naturais sem chamar atenção das transportadoras.

O líder do esquema, que tinha o advogado como seu braço direito nas atividades intelectuais e financeiras, se utilizava de pelo menos quatro empresas de fachada para lavar dinheiro. Foram identificadas empresas de lavagem de veículos na região central da cidade, loja de roupas, além de autocenter e loja de móveis.

Para promover o transporte e o despacho da droga, os líderes do grupo cooptavam preferencialmente mulheres com filhos menores, visando garantir que a soltura em caso de prisão fosse mais rápida, valendo-se dessa circunstância como argumento pela defesa.

Na ocasião, dois dos investigados planejaram e executaram a ação enquanto outro membro fornecia os endereços atualizados da vítima, a partir de consulta em sistemas oficiais da justiça.

Trabalho continua

A investigação foi batizada de Operação Lottus em alusão ao símbolo de uma flor de lótus que era utilizado pelos criminosos como uma espécie de “marca registrada” nos logotipos e uniformes das empresas de fachada criadas pelo grupo, inclusive sendo uma das características que chamou atenção dos investigadores para a semelhança de logotipos em diferentes apreensões de drogas nas transportadoras.

As medidas cautelares cumpridas nesta quarta-feira poderão revelar as quantidades efetivas de drogas movimentadas pelo grupo. Além do tráfico de drogas, o grupo também é suspeito de tentativa de homicídio ocorrida em Matelândia no mês de fevereiro deste ano.

Os envolvidos devem responder pelos crimes de tráfico transnacional de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

 

Por Portal Banda B

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