A bola na trave de Milton Giménez e a furada de Cavani nos últimos minutos já indicava uma tragédia para o Boca Juniors. Mesmo com os lances perdidos, o torcedor xeneize confiou no peso da camisa e na força de La Bombonera, mas o roteiro já estava escrito. Brey, que entrou para defender os pênaltis, viu o Alianza Lima converter todas as cobranças. Velasco, a contratação mais cara do Boca na janela, perdeu o seu e viu o time argentino se despedir da Libertadores ainda na segunda fase. O ge conta a trajetória do Boca Juniors até a eliminação precoce.
Cair na segunda fase da Libertadores não é bom para nenhum clube, ainda mais para um gigante como o Boca Juniors. Chegar na competição não foi fácil. Longe da disputa do título argentino em 2024, o clube foi o sexto colocado, o último a garantir vaga no torneio, e pouco aproveitou. Os dois jogos com o Alianza Lima foram os únicos do Boca na Libertadores de 2025.
Será o segundo ano seguido do Boca Juniors longe até da fase de grupos da Libertadores. O time não disputou a competição em 2024, quando ficou apenas na Copa Sul-Americana. Assim como em 2025, o Boca caiu nos pênaltis, mas nas oitavas de final, contra o Cruzeiro.
O vice da Libertadores para o Fluminense em 2023 foi a última campanha de destaque do Boca Juniors em qualquer competição. Além da eliminação na Sul-Americana e de resultados ruins no Campeonato Argentino, eles também caíram nas semifinais da Copa Argentina e na Copa da Liga no ano passado.
Os dois jogos do Boca Juniors contra o Alianza Lima mostraram um time que pouco aprendeu com os resultados ruins de 2024. Cavani, já aclamado pelo ídolo e presidente Juan Román Riquelme, segue como o principal jogador da equipe, mas falha nos momentos em que o time mais precisa dele. Nesta terça-feira, o uruguaio protagonizou o grande lance do jogo, mas não de forma positiva.
Aos 52 minutos do segundo tempo, quando o Boca vencia por 2 a 1 (o Alianza venceu na ida por 1 a 0), Cavani teve a chance de estufar as redes e fazer La Bombonera tremer. Sem goleiro, o atacante furou e viu o jogo ir para os pênaltis. É verdade que ele marcou na disputa final, mas já era tarde demais.
Mas Cavani, de 38 anos, não é o único jogador experiente do Boca. Além dele, o clube contra com Marchesín (36 anos), Advíncula (34 anos), Battaglia (33 anos), Rojo (34 anos) e Ander Herrera (35 anos), todos titulares na partida de hoje. Mesmo com tantos atletas com "cancha" em campo, faltou ao Boca Juniors mostrar que era o Boca Juniors.
Riquelme fez o Boca Juniors ser o Boca Juniors quando era jogador. A gestão como presidente ainda não viu grandes feitos do clube. Eleito em dezembro de 2023 com 68% dos votos, ele superou Andrés Ibarra, que tinha o ex-presidente Mauricio Macri como vice.
As disputas entre Riquelme e Macri não acabaram com a eleição. O ex-jogador foi apoiado por Chiqui Tapia, presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), enquanto a oposição levanta a bandeira das SADs (similares às SAFs no Brasil), não apoiadas por Riquelme e Tapia. Mais de um ano após o pleito, torcedores se dividem entre apoiadores e opositores do ex-jogador.
O desempenho recente do Boca Juniors não ajuda o caso de Riquelme, que sofre pressão dos torcedores. Investimentos foram feitos para 2025, mas o destino foi cruel com o time. Alan Velasco, comprado por 9,6 milhões de euros (cerca de R$ 58 milhões), foi a contratação mais cara do Boca na janela. Ele perdeu o pênalti que eliminou o Boca na Libertadores.
Velasco não foi o único investimento. Ao todo, o Boca acertou doze contratações para a nova temporada com valor total que supera os 42 milhões de euros (R$ 253,7 milhões). Dinheiro não é um problema para o Boca, que possui um vasto programa de sócios, sempre lota o estádio, tem muitos torcedores e também ganha com vendas de jogadores.
Fernando Gago foi contratado em outubro de 2024 para resolver os problemas de um Boca Juniors que já investia pesado e formava bons jogadores. Antes, Diego Martínez não havia convencido com 21 vitórias, 13 empates e 11 derrotas em 45 jogos, com 46,6% de vitórias. Os números de Gago são de 50% de vitórias: em 22 jogos, ele venceu 11, empatou seis e perdeu cinco.
A eliminação na Libertadores não abre espaço para a Sul-Americana, que poderia ser uma opção em uma eventual queda na fase de grupos. Ainda assim, o Boca Juniors tem uma dura missão ainda em 2025, o Mundial de Clubes. Auckland City, Bayern de Munique e Benfica serão os adversários do Boca Juniors nos Estados Unidos, em junho. Até lá, o time só disputa o Campeonato Argentino.
Por Ge Esporte