O Corinthians retorna da Venezuela punido pela própria postura. A equipe de Ramón Díaz é muito, muito superior ao Universidad Central da Venezuela. Poucos toques na bola deixavam evidente a diferença. Porém, em uma noite de quarta-feira com postura pouco intensa, até desinteressada, a equipe retorna ao Brasil frustrada.
O cenário era perfeito para uma goleada que ajudaria no planejamento para as próximas semanas. Entretanto, na próxima quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), na Neo Química Arena, o Corinthians terá que usar força máxima para assegurar vaga na terceira fase da Conmebol Libertadores, já que não passou de um empate por 1 a 1 em Caracas.
O Timão saiu na frente na primeira etapa com André Carrillo e acumulou gols perdidos. Tamanha superioridade gerou até certo desinteresse durante a partida, já que o incômodo era pouco.
Mas, em um raro avanço da UCV, um gol contra de João Pedro deixou tudo igual e deu um recado importante: não é possível baixar a guarda na Libertadores.
Poucos segundos bastaram para o Corinthians mostrar a diferença de qualidade técnica na comparação com a equipe venezuelana. Mesmo fora de casa, o Timão dominou a posse de bola, adiantou a marcação e dificultou a saída da limitada UCV.
A superioridade absoluta contra o adversário provocou até certo desinteresse por parte do Corinthians. Não demorou para a própria equipe de Ramón Díaz “puxar o freio de mão” e administrar o jogo, ainda sem qualquer vantagem no placar.
Foi preciso um susto, aos 34 minutos, para o Corinthians acordar. O meia Sosa acertou bela inversão e encontrou espaço às costas de Matheuzinho. A bola sobrou na medida no meio da área para Granko chutar a gol. André Ramalho, quase em cima da linha, salvou.
Três minutos depois, bastou acelerar o jogo para o Timão abrir o placar. Memphis Depay recebeu com liberdade e achou André Carrillo dentro da área. O peruano dominou e bateu firme de perna direita no canto direito do goleiro rival para anotar o primeiro gol dele com a camisa alvinegra.
O ritmo da partida se manteve a partir do gol do Corinthians. A vantagem técnica, tática e física da equipe brasileira sobre a venezuelana era evidente, assim como o ritmo pouco intenso apresentado pelo time de Ramón Díaz durante boa parte da segunda etapa.
Bastava o Corinthians acelerar um pouco para as chances aparecerem, como nos gols desperdiçados por Yuri Alberto no fim da primeira etapa, após cruzamento de Matheuzinho, e na metade do segundo tempo, com passe de Garro.
Defensivamente, o Corinthians pouco sofreu até a reta final do jogo. O maior susto ocorreu aos 7 minutos da etapa final, quando Sosa chutou rasteiro, perto da trave direita de Hugo Souza.
Entretanto, o susto, ao contrário da primeira etapa, não serviu para o Corinthians responder à altura. A postura aparentemente desinteressada acabou punida aos 30 do segundo tempo.
Passivo na marcação, o time permitiu um cruzamento perigoso achar Zapata na grande área. O camisa 8 subiu livre entre Matheuzinho e André Ramalho e só parou em Hugo Souza. Para azar do goleiro, a bola bateu em João Pedro Tchoca e entrou no gol.
Resultado justo diante de uma postura quase inaceitável do Corinthians em um duelo de Libertadores. Provavelmente, em Itaquera, a superioridade se concretizará na classificação. Porém, o empate amargo diante de um rival muito fraco deve promover reflexões.
Por Ge Esporte