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Curitibano fecha empresas de móveis e alimentação para investir no sonho de 'caçar' auroras boreais: 'Me apaixonei'

Marco Brotto trocou empresas consolidadas para investir no nicho do turismo. Hoje com agência própria, ele comanda expedições com grupos que também desejam conhecer o fenômeno.
11 de outubro de 2024
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O curitibano Marco Brotto, de 53 anos, transformou o fascínio por auroras boreais em uma nova carreira. Para isso, ele fechou as empresas que administrava no nicho de móveis, roupas e alimentação para abrir um novo negócio na área do turismo e se tornar um "caçador" do fenômeno natural.

“Me apaixonei e comecei a modificar os sonhos que eu tinha na minha vida”, revela.

A aurora boreal é um fenômeno natural que costuma acontecer em regiões polares do Hemisfério Norte, onde o céu noturno se ilumina com cores vibrantes, principalmente tons de verde, roxo, rosa e azul.

Esse espetáculo luminoso acontece quando partículas carregadas de energia vindas do vento solar colidem com os gases da atmosfera terrestre, como oxigênio e nitrogênio, segundo explicou o físico Igor Konieczniak.

"Essas partículas carregadas poderiam chegar no nosso planeta, bater na nossa atmosfera, carregar a atmosfera, fazer monte de coisas ruins pra nós. Mas, por causa do da magnetosfera do planeta terra elas são desviadas pros polos pelo campo magnético da Terra. [...] Quando essa essas partículas são aceleradas por esse campo magnético, elas emitem luz e essa é a luz que a gente vê nas auroras", finalizou.

Brotto conta que as viagens frequentes que fez a Milão, na Itália, para participar de feiras de móveis, eram sempre uma oportunidade para explorar novos lugares na Europa e outros continentes.

Foi em uma dessas viagens, em 2011, que ele descobriu a cidade de Tromsø, no norte da Noruega, um dos melhores lugares do mundo para observar a aurora boreal.

Lá, ele assistiu ao espetáculo pela primeira vez. Depois, pôde ver auroras boreais em todos os países do círculo polar ártico: Rússia, Suécia, Finlândia, Islândia, Alasca, Canadá e Groenlândia.

Quando entendeu a paixão que sentia, Brotto resolveu fechar todos os negócios que tinha para se dedicar inteiramente à busca das luzes polares.

Em 2018, após muitas viagens, decidiu abrir a própria agência de expedições, em Curitiba, com 14 colaboradores e guias especializados.

Brotto costuma fazer, em média, 25 expedições com grupos. As viagens ocorrem de setembro a abril, no inverno e outono, considerados os melhores meses para avistar o fenômeno. Em uma viagem de nove dias, o curitibano e os grupos já chegaram a avistar cinco auroras boreais diferentes.

Ele explica que para participar da expedição não é necessário preparo físico extremo, mas os viajantes devem estar cientes das particularidades do trajeto.

Brotto também salienta que, embora o fenômeno seja fascinante, exige paciência para ser observado.

Visão privilegiada e oportunidade de fazer amigos

Quem participou de uma das expedições foi a administradora curitibana Ana Cláudia Mocellin. Inspirada por conversas com uma cliente que participou de três expedições com Brotto, Ana Cláudia decidiu que era hora de embarcar nessa aventura.

"Ela sempre voltava tão alegre, cheia de histórias e vídeos incríveis", relembra.

Ana Cláudia fez a viagem com a filha, de 13 anos, e com o marido, em setembro deste ano. O país escolhido foi a Islândia, em uma rota que passou por seis cidades.

Inicialmente, ela achava que viajar com um grupo seria desconfortável, pois a família não tinha esse hábito. Essa percepção, porém, logo mudou, e ela fez diversas novas amizades.

"Quando nós chegamos lá já no primeiro dia foi impactante, porque a Islândia é um país onde você chega e tudo é muito diferente [...] Ver a aurora é emocionante. Eu vi pessoas chorando, agradecendo a Deus, sorrindo, deitando no chão gelado e olhando para o céu. Cada um sentia uma emoção diferente", disse.Ana Cláudia fez a viagem com a filha, de 13 anos, e com o marido, em setembro deste ano. O país escolhido foi a Islândia, em uma rota que passou por seis cidades.

Inicialmente, ela achava que viajar com um grupo seria desconfortável, pois a família não tinha esse hábito. Essa percepção, porém, logo mudou, e ela fez diversas novas amizades.

"Quando nós chegamos lá já no primeiro dia foi impactante, porque a Islândia é um país onde você chega e tudo é muito diferente [...] Ver a aurora é emocionante. Eu vi pessoas chorando, agradecendo a Deus, sorrindo, deitando no chão gelado e olhando para o céu. Cada um sentia uma emoção diferente", disse.

Segundo Brotto, as expedições duram, em média, oito noites, podendo ser estendidas para até 12 noites, dependendo do destino. Além disso, elas não são feitas em lugares turísticos convencionais.

Os pontos podem ter infraestrutura limitada, com hotéis simples, estradas perigosas e longas distâncias entre postos de combustível. Por isso, a preparação é fundamental para garantir a segurança dos participantes.

"Eles [clientes] voltam cansados pro Brasil. A gente brinca que o cansaço físico da viagem é bastante grande, mas a beleza, aquilo que limpa o corpo da gente, a mente e a alma, é impagável", falou.

 

Por G1 PR

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