O futuro de Memphis Depay no Corinthians tem ligação direta com a continuidade da Esportes da Sorte como patrocinadora máster do clube. A casa de apostas tem até sexta-feira para regularizar a situação no Brasil e seguir operando. Enquanto isso, o Timão aguarda os desdobramentos.
Apesar da indefinição sobre o futuro da empresa, que garante estar cumprindo os requisitos estipulados pelo Governo Federal para obter a liberação e seguir funcionando no Brasil, o Corinthians adota cautela sobre a continuidade da parceria.
O grande ponto de atenção, além da possibilidade de perder um contrato de R$ 309 milhões, é o impacto para a imagem do clube que poderia perder o segundo patrocinador no ano. Em junho, a VaideBet rescindiu com o Timão usando uma cláusula anticorrupção prevista no acordo.
Assinado no começo do ano, o vínculo entre Corinthians e VaideBet tinha validade até o fim de 2026 e previa o pagamento de R$ 370 milhões – o clube recebeu cerca de R$ 66 milhões desde janeiro. A abertura de investigação da Polícia Civil sobre possível repasse de parte do valor de comissão do acordo a uma empresa supostamente "laranja" foi o motivo para a rescisão contratual.
Apesar de ciente de que o problema atual não tem qualquer ligação com o clube, o Corinthians quer evitar uma nova repercussão negativa com a saída de outra patrocinadora, mesmo tendo propostas de outras duas empresas interessadas em assumir o contrato atual oferecido pela Esportes da Sorte.
A contratação do holandês Memphis Depay teve participação direta da Esportes da Sorte, que tinha como grande objetivo a negociação com um nome de impacto para impulsionar a publicidade em torno do acordo com o clube.
O Corinthians vai desembolsar cerca de R$ 70 milhões no contrato válido até 31 de julho de 2026. Deste montante, R$ 57 milhões serão custeados pela empresa.
Ou seja, em caso de uma saída da Esportes da Sorte, o clube teria um buraco no orçamento para seguir honrando os compromissos com Memphis, que recebe salário mensal na casa dos R$ 3 milhões.
Apesar da preocupação com a possível saída da patrocinadora, internamente o Corinthians se vê amparado por uma multa rescisória no valor de R$ 100 milhões. Na pior das hipóteses, o Timão usaria parte desse dinheiro para conseguir manter em dia o compromisso com o atacante holandês.
Em outro cenário, no caso de uma nova empresa assumir o contrato acordado anteriormente com a Esportes da Sorte, o Corinthians manteria o valor destinado ao pagamento de Memphis, sem qualquer mudança no planejamento feito inicialmente. Caso haja demora no acerto com um novo patrocinador, o clube teria de buscar receitas para manter os vencimentos do jogador em dia.
É importante frisar que o contrato de Memphis não possui qualquer menção ou ligação com a permanência da Esportes da Sorte como patrocinadora do Corinthians. A negociação foi feita apenas entre o jogador e o clube, que usou o aporte da empresa como garantia para oferecer um acordo atrativo ao holandês de 30 anos.
Por Ge