O assessor internacional do presidente Lula, Celso Amorim, desembarca nesta sexta-feira (26) em Caracas, na Venezuela, com um plano de, até domingo, colher impressões e relatos sobre o processo eleitoral no país para auxiliar o Palácio do Planalto a se posicionar após a divulgação do resultado.
O primeiro encontro previsto é com o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil.
A visita é considerada um protocolo diplomático: pela função que exerce no Brasil, é aconselhável que Amorim, quando desembarca em outro país, procure o representante máximo da diplomacia local.
A expectativa é de que essa reunião ocorra ainda nesta sexta-feira, a depender do horário em que Amorim chegue em Caracas.
A previsão inicial é que ele chegue ao país no final do dia.
No sábado, a ideia é que ele se reúna com os dois principais observadores internacionais do processo eleitoral na Venezuela: o Carter Center, organização pró-democracia fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter; e representantes da ONU que também estão no local.
Também está no plano conversas com representantes das onze candidaturas que disputarão a eleição no domingo.
No dia da eleição, a ideia é circular pelos colégios eleitorais, mas fontes diplomáticas brasileiras ressaltaram à CNN que o trabalho de Amorim e da diplomacia brasileira não será de investigar a lisura das urnas, tampouco de chancelar a eleição, mas montar um quadro para orientar como o presidente Lula deve se portar após a divulgação do resultado.
Dois pontos foram frisados a CNN por representantes do Itamaraty. A começar pelo percentual de presença dos eleitores no domingo, que é um dado importante a ser analisado pela diplomacia brasileira, uma vez que o voto não é obrigatório. Por isso, uma eventual participação em massa do eleitorado é um indicativo da força da eleição; algo será considerado na análise final.
Outro dado a ser colhido é a posição que outro importante país vizinho terá, como Colômbia, e outros países próximos da América do Sul, como Equador, Chile, Bolívia e Peru.
Interlocutores do presidente Lula apontaram à CNN três motivos pelos quais o governo considera essencial a estabilidade política na Venezuela, que justifica a ida do seu principal assessor para acompanhar as eleições deste domingo: