ESPORTES

Porta-bandeira do Brasil em Paris é capitã do rugby e superou câncer para chegar à terceira Olimpíada

Raquel Kochhann descobriu um tumor na mama depois dos Jogos de Tóquio 2020, se afastou para se tratar, se curou e voltou ao esporte a tempo de liderar as Yaras em Paris 2024
23 de julho de 2024
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A porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas é um exemplo de superação. Capitã da seleção brasileira feminina de rugby, Raquel Kochhann descobriu um câncer de mama há pouco mais de dois anos, depois de defender o Brasil na Rio 2016 e em Tóquio 2020. Raquel precisou se afastar do esporte e fazer uma cirurgia de mastectomia para retirada da mama e do tumor, passando por um longo tratamento oncológico. Sobrevivente, ela decidiu voltar ao rugby em busca de sua terceira Olimpíada, e agora representará o país diante do mundo.

Raquel descobriu o nódulo ainda no treinamento com a seleção para as Olimpíadas de Tóquio. Após disputar os Jogos, a jogadora passou por uma série de exames. Mas foi só um ano depois, quando repetiu as avaliações, que Raquel constatou o câncer.

- Foi no treinamento, em uma viagem que percebi um carocinho diferente no peito. Fui falar com equipe médica, então o staff e nossa fisio já entraram em contato com a médica ginecologista responsável. Ela disse para ficar tranquila. Fui para o Japão, joguei as Olimpíadas, foi tudo tranquilo. Voltei, fiz o exame, mandaram direto para a biópsia e já me encaminharam para o mastologista. Um ano depois, fiz de novo os exames. O caroço tinha quase dobrado de tamanho. Aí que a gente tomou o primeiro susto. Quando esse caroço voltou da biópsia, dentro dele tinham encapsuladas células cancerígenas – relembrou Raquel em entrevista.

Por opção própria, Raquel optou preventivamente pela mastectomia bilateral. Porém, após realizar novos exames, a jogadora levou um segundo "susto": descobriu que a doença tinha se espalhado para o osso do esterno no peito. Segundo os médicos, o câncer de Raquel era hereditário. A partir daí, começou um tratamento que passou por cirurgia, radioterapia, seis sessões de quimioterapia e muita força. Atualmente, Raquel segue em um tratamento preventivo, outro desafio que precisa encarar na sua rotina como atleta.

Raquel entrou em campo novamente no dia 23 de dezembro do ano passado, para uma partida oficial de clubes. Logo depois, no dia 16 de janeiro deste ano, finalmente a capitã foi chamada para voltar a defender as Yaras, como é chamada a seleção feminina de rugby, depois de mais de um ano e meio sem ser convocada.

Agora, a atleta terá a honra de representar o Brasil como porta-bandeira na Cerimônia de Abertura das Olimpíadas. A escolha foi anunciada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) nesta segunda- feira (22). Ao lado do canoísta Isaquias Queiroz, Raquel levará o símbolo nacional em cima de um barco no Rio Sena, em um evento diferente, realizado pela primeira vez fora de um estádio. A cerimônia acontece no dia 26 de julho, às 14h30 (Horário de Brasília).

Por GE 

 

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