Endrick deixou o futebol brasileiro em outro patamar. Aos 17 anos, o novo atacante do Real Madrid desde já assume importantes compromissos além do futebol. Fora das quatro linhas, o projeto é fazer dele uma referência social e cultural com a ida para a Espanha.
Estar no holofote além dos campos, por questões acima do talento e dos gols pelo Palmeiras, surgiu como algo natural na vida do jogador da seleção brasileira. É Endrick e seu perfil que permitem ao estafe apostar no jovem como “mais do que um atleta”.
– Trabalhamos em uma companhia cujo objetivo é fazer com que eles sejam ícones culturais e mais do que atletas. Falo às vezes mais com pessoas que estão relacionadas à moda e à música, publicidade, do que com futebol – contou Thiago Freitas, COO (na sigla em inglês para diretor de operações) da empresa Roc Nation, que cuida da carreira de Endrick.
Roc Nation é a empresa responsável por gerenciar a carreira de Endrick e que acompanhou de perto os últimos atos do jogador pelo Palmeiras.
Thiago Freitas permaneceu integralmente com Endrick por cinco semanas e esteve nos compromissos finais antes da despedida do Brasil.
Anteriormente com uma visão contrária ao lema “mais do que um atleta”, o agente relata como veio a construção deste projeto para tornar o atacante acima do que um simples astro do futebol.
– Não identificamos de imediato essa desenvoltura dele, tanto para fotografia quanto para as filmagens. Prestes a completar 14 anos, a gente o identificou como um atleta que poderia ser o melhor atacante da sua geração, o mais qualificado entre os nascidos em 2006 – resume.
– Mas, ali, percebemos características que são incomuns aos jovens atletas na transição dos 14 para os 15 anos. É resiliência, concentração e disposição ao sacrifício muito maior do que geralmente são os demais atletas. Quando se identifica um jovem obstinado assim, você imagina que tem algo especial além das habilidades – acrescenta.
Endrick encontra na Seleção e também terá a companhia no Real Madrid do último grande jogador brasileiro a se tornar um ícone cultural global: Vini Júnior.
A relação com Vinicius contou com a aproximação da empresa, também responsável pelo agenciamento da estrela do Real Madrid. Thiago enxerga semelhanças entre os dois.
– O que mais aproxima Endrick do Vini é a obstinação e a predisposição para o sacrifício, não só do sacrifício físico, mas a predisposição para abdicar de quase tudo que o dinheiro que eles já têm permite comprar ou oferecer – assegura.
Mesmo com toda a atenção direcionada desde a explosão no Palmeiras, Endrick sustentou um trabalho especial além dos treinos para se manter em alto nível.
O clube, porém, também colaborou para ajudar no despertar do possível “próximo ícone cultural” do futebol brasileiro. Com a visão de mercado, Thiago destaca que o Palmeiras soube tratar alguém diferente como Endrick.
– Por conta do destaque precoce e a necessidade que tivemos como representantes deles, nossa relação com o Palmeiras sempre foi excelente. Tratamos questões negociais que não são comuns a atletas tão jovens e que com ele tivemos que tratar. Não é por acaso que o Palmeiras conquistou nos últimos anos o que conquistou – opina.
A gratidão de Endrick ao Palmeiras começou na semana da despedida. Camisetas personalizadas pelo jogador foram distribuídas para funcionários. Os amigos de elenco e clube, na última segunda, estiveram em uma festa de despedida com direito a copos do evento.
O “até logo”, como o próprio Endrick disse, é carregado por um sentimento, devidamente compartilhado pelo jogador com os responsáveis pela carreira.
– É pura gratidão pela aposta que o Palmeiras fez e a sensibilidade que tiveram para oferecer a eles algo a mais do que o padrão dos clubes para os atletas. Diante de alguém que pode fazer algo extraordinário, você precisa fazer algo extraordinário e que foge do padrão – concluiu Thiago.
Por GE
