A nova presidente da Petrobras vê com bons olhos o investimento no aumento da capacidade de refino de petróleo, e, nesse plano, não descarta recomprar plantas privatizadas.
“O refino agrega valor. Enquanto agregador de valor, nos interessa. Recentemente, a Esso fez um esforço na aplicação [de recursos] em refino. Estamos na mesma lógica. Deu lucro? Queremos”, disse.
Na primeira entrevista coletiva após tomar posse, a nova presidente da Petrobras defendeu abertamente as vantagens de se ampliar a capacidade de refino no Brasil.
“Vamos refinar para agregar valor. Historicamente, é isso que acontece. Tem gente que fala que não investe mais em refino. Cada caso é um caso”, disse.
“Não vamos refinar para perder dinheiro. Vamos refinar para agregar valor”.
Questionada sobre o interesse em retomar plantas de refino privatizadas na Bahia e no Amazonas, a presidente não demonstrou oposição.
“No caso da RLAM [Refinaria Landulpho Alves], a gente tem uma possibilidade de que seja utilizada para biocombustíveis. Biorrefino é futuro e ninguém pode dizer que, numa época de transição, que a gente não deve considerar o biorrefino”, disse. “Está definido? Ainda não”, completou.
Atualmente, a Petrobras está em negociações para retomar participação na refinaria que foi privatizada e vendida ao fundo árabe Mabadala Capital em 2021, durante o governo Jair Bolsonaro.
Desde então, a refinaria foi rebatizada de Mataripe, mas a presidente da Petrobras se referiu à planta pelo nome da época da estatal.
Sobre a atual Refinaria da Amazônia (REAM), Magda Chambriard disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não comentou sobre qualquer interesse em retomar a planta.
“Pode até ser que tenha [interesse]. Posso até perguntar”.
A instalação fica nos arredores de Manaus, foi construída na década de 1950 e privatizada em 2022 também na gestão Bolsonaro. Atualmente, é controlada pelo grupo Atem, empresa de distribuição de combustíveis da Amazônia.
A nova presidente da Petrobras também defendeu o aumento do investimento em derivados, como os fertilizantes.
“Dos fertilizantes que o Brasil usa, a maioria são nitrogenados, que são feitos com gás natural. E a Petrobras vende gás. Então, há um produto, o gás, que faz sentido ser desenvolvido”, disse.
“A gente gosta de desenvolver por nada? Não. É porque queremos desenvolver mercado para colocar nosso produto [gás]”. Magda Chambriard argumenta que “há um espaço gigantesco” para o gás da Petrobras virar fertilizante.
“Vou fazer isso a qualquer preço? Não. Vou fazer isso desde que dê lucro. Mas se precisar, eventualmente, baixar um pouquinho o preço do gás para conquistar o mercado e expandir minha produção, está valendo. Desde que dê lucro, desde que a empresa e seus técnicos entendam que isso é negocialmente vantajoso para a empresa”.
Por CNN Brasil
