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Além do Santos, outros quatro "incaíveis" foram rebaixados no Brasileirão em 2023; confira

Agora apenas Cuiabá, Flamengo e São Paulo são os clubes jamais rebaixados na Série A. Além destes, outros nove clubes ostentam a alcunha de
14 de dezembro de 2023
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A temporada de 2023 foi amarga para 16 clubes que sofreram, nas Séries A, B e C, com o rebaixamento às divisões inferiores do Campeonato Brasileiro. Porém, para cinco destas, a dor da queda foi ainda maior. Isso porque Santos, Tombense, Altos-PI, Manaus e Pouso Alegre-MG, equipes que jamais haviam sido rebaixadas na história do Brasileirão, caíram para as Séries B, C e D da próxima temporada.

É importante frisar que, para critério de compilação dos dados desta matéria, foram excluídas as equipes que jamais jogaram qualquer divisão do Campeonato Brasileiro em suas histórias e até mesmo aquelas que participaram apenas da Série D do Brasileirão até hoje, haja vista que a 4ª divisão não prevê nenhum tipo de rebaixamento. Também não fazem parte da lista quaisquer dados referentes a rebaixamentos em campeonatos estaduais.

A conta hoje é a seguinte: dos 60 clubes que vão disputar as séries A, B ou C em 2024 — e que, portanto, possuem risco de serem rebaixados —, 12 deles nunca caíram de divisão. Destes, três estão na Série A, três na Série B e seis na Série C do Campeonato Brasileiro.

Clubes das Séries A, B e C de 2023 que nunca cairam

Campeonatos Clubes
Série A Cuiabá, Flamengo e São Paulo
Série B Grêmio Novorizontino, Mirassol e Amazonas
Série C Aparecidense, Botafogo-PB, Floresta, São Bernardo, São José-RS e Ypiranga-RS
Fonte: ge.com

 

A temporada 2023 do futebol brasileiro, inclusive, marcou cinco quedas inéditas. Além do Santos, rebaixado pela primeira vez em seus 113 anos de vida, Tombense, na Série B, e Altos-PI, Manaus e Pouso Alegre-MG, na Série C, foram rebaixados. Fora o Peixe, as demais equipes haviam saído da Série D para às divisões superiores nos últimos anos. Ou seja, haviam apenas subido de divisão, mas nunca caído.

A grande dúvida que permeia a cabeça do torcedor neste momento pode ser: por qual motivo tantas equipes consideradas "incaíveis" não estão na elite do futebol nacional, sendo que alguns, inclusive, já chegaram a disputar, em algum momento da história, a elite do futebol brasileiro? A explicação está na variedade de fórmulas que classificavam os times para as competições nacionais por meio dos estaduais nas últimas décadas.

 

É válido lembrar que entre as décadas de 70 e 80, houve, ao todo, nove mudanças de regulamento na elite do futebol brasileiro. Nesse cenário, um determinado clube até podia ir bem no Campeonato Brasileiro, mas acabava por ficar de fora no ano seguinte por não ter feito uma boa campanha no estadual.

 

O cenário de equipes que chegam longe no campeonato nacional, mas que acabam ficando de fora da edição seguinte do certame é algo que acontece de forma recorrente no presente formato da Série D. Muito por isso, a atual contagem de 12 clubes que nunca foram rebaixados pode aumentar em breve. Isso porque uma série de equipes que disputam recorrentemente a 4ª divisão do Brasileirão jamais disputaram, nos moldes atuais, qualquer uma das três principais divisões do campeonato nacional.
Historicamente, o primeiro campeonato nacional que previu rebaixamento em seu regulamento foi a Taça de Ouro de 1982. Naquela época, os últimos colocados de cada grupo — que eram oito no total — acabaram rebaixados para a Taça de Prata, que equivalia à 2ª divisão da época. Estas equipes acabaram disputando as fases finais da competição naquela mesma temporada. Foi assim que, por exemplo, a Juventus-SP "caiu" para a Série B em 1983, mas no mesmo ano conquistou o título da Segundona.

Reviravoltas e viradas de mesa

 

Os números de equipes rebaixadas a preço de hoje, no entanto, poderiam ser diferentes. Isso porque, ao longo da história do Campeonato Brasileiro, muitos rebaixamentos foram cancelados, e as famosas "viradas de mesa" aconteceram. Uma das mais conhecidas delas aconteceu no Brasileirão de 1996 e acabou salvando Fluminense e Bragantino da queda para a Série B. O efeito cascata chegou à Segundona e, consequentemente, evitou os rebaixamentos de Goiatuba, Sergipe e Central para a Série C.

Outros que tiveram suas quedas anuladas na Série A foram Náutico e Paysandu (1992) e o Gama (1999). Esta última acabou criando a Copa João Havelange e proporcionando uma verdadeira revolução em todas as divisões do Brasileirão. Já na Série B, em 1995, o Barra do Garças, do Mato Grosso, foi excluído após ter acumulado dívidas junto à Federação Mato-Grossense de Futebol. Com isso, o rebaixamento da Ponte Preta, que havia terminado o campeonato na 23ª colocação, à Série C do ano seguinte foi cancelado.

Em 2013, o mais recente (e talvez famoso) caso de reversão de rebaixamentos. Isso porque ao fim daquela edição da Série A, os rebaixados foram, respectivamente: Fluminense, Vasco, Ponte Preta e Náutico. No entanto, ao término da competição, a Portuguesa foi denunciada pela Procuradoria Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva por ter escalado de forma irregular o jogador Héverton contra o Grêmio, na última rodada do certame. O atleta foi punido com dois jogos de suspensão por ter sido expulso na partida contra o Bahia, a 24 de novembro, mas cumpriu apenas uma partida e não poderia atuar na rodada final.

Como consequência, a Lusa foi punida em primeira instância pelo STJD com a perda de 4 pontos, caindo da 12ª para a 17ª colocação na tabela de classificação sendo rebaixado para a Série B no lugar do Flamengo, que também foi punido com a perda de pontos pela escalação irregular do lateral André Santos, perdendo assim 4 pontos e caindo da 11ª para a 16ª posição, apenas um ponto acima da zona de rebaixamento. O Fluminense acabou beneficiado indiretamente pelas punições, uma vez que teve o seu rebaixamento evitado, saindo da 17ª para a 15ª colocação.

Confira alguns dos rebaixamentos da história do Campeonato Brasileiro

Nº de rebaixamentos Clubes Rebaixamentos da Série A para a Série B Rebaixamentos da Série B para a Série C Rebaixamentos da Série C para a Série D
8 Santa Cruz 1988 I 1993 I 2001 I 2006 I 2016 2007 I 2017 2021
8 Vitória 1982 I 1991 I 2004 I 2010 I 2014 I 2018 2005 | 2021  
8 América-MG 1993 I 1998 I 2001 I 2011 I 2016 I 2018 | 2023 2004  
8 América-RN 1982 I 1998 I 2007 2004 I 2010 I 2014 2016 | 2023
7 Coritiba 1989 I 1993 I 2005 I 2009 I 2017 | 2020 | 2023    
7 Cricíuma 1988 I 1997 I 2004 I 2014 2005 I 2008 I 2019  
7 Goiás 1982 I 1993 I 1998 I 2010 I 2015 | 2020 | 2023    
6 ABC   2001 I 2009 I 2015 I 2017 | 2023 2019
6 Fortaleza 1983 I 1993 I 2003 I 2006 1994 I 2009  
6 Joinville 1982 I 1983 I 2015 2004 I 2016 2018
6 Náutico 1994 I 2009 I 2013 1998 I 2017 | 2022  
6 Paysandu 1983 I 1995 I 2005 2006 I 2013 I 2018  
6 Sport 1989 I 2001 I 2009 I 2012 I 2018 | 2021    
5 Avaí 2011 I 2015 I 2017 I 2019 | 2022    
5 Bahia 1997 I 2003 I 2014 | 2021 2005  
5 Guarani 1989 I 2004 I 2010 2006 I 2012  
5 Paraná 1999 I 2007 I 2018 2020 2021
5 Portuguesa 2002 I 2008 I 2013 2014 2016
5 Sampaio Corrêa   2002 I 2016 I 2018 | 2023 2009
5 Juventude 2007 | 2022 2009 I 2018 2010
4 Atlético-GO 2012 I 2017 | 2022 1998  
4 Botafogo-SP 1999 I 2001 2002 | 2020  
4 CSA 1982 I 1983 I 2019 2022  
4 Figueirense 2008 | 2012 | 2016 2020  
4 Gama 2002 2003 | 2008 2010
4 Ipatinga 2008 2010 I 2012 2013
4 Mogi Mirim   1997 I 2004 I 2015 2017
4 Remo 1994 2004 I 2007 | 2021  
4 Vasco 2008 I 2013 I 2015 | 2020    
4 Vila Nova-GO   2006 I 2011 I 2014 I 2019  
3 Athletico-PR 1989 I 1993 I 2011    
3 Botafogo 2002 I 2014 | 2020    
3 Boa Esporte   2015 I 2018 2020
3 Brasil de Pelotas   2021 2011 | 2022
3 Bragantino 1998 2002 I 2016  
3 Brasiliense 2005 2010 2013
3 Campinense   2009 2011 | 2022
3 Ceará 1993 I 2011 | 2022    
3 Desportiva 1982 I 1983 2001  
3 Ferroviário 1982 I 1983   2022
3 Grêmio 1991 I 2004 | 2022    
3 Grêmio Barueri 2010 2012 2013
3 Icasa   2011 I 2014 2015
3 Londrina   2004 I 2019 | 2023  
3 Mixto 1982 I 1983   2009
3 Moto Club 1983 1997 2017
3 Ponte Preta 2006 I 2013 I 2017    
3 Salgueiro   2011 2002 I 2018
3 São Caetano 2006 2013 2014
3 Tupi   2016 2012 | 2018
3 Treze 1983   2014 | 2020
3 União São João 1995 I 1997 2003  
2 Americano   1998 I 2002  
2 ASA   2013 2017
2 Bangu 1988 1995  
2 Caxias   2005 2015
2 Confiança   2021 2009
2 Chapecoense 2019 | 2021    
2 CRB   2008 I 2012  
2 Duque de Caxias   2011 2014
2 Fluminense 1997 1998  
2 Guarany de Sobral   2002 2012
2 Guaratinguetá   2013 2016
2 Juventus 1983 1998  
2 Luverdense   2017 2019
2 Macaé   2015 2017
2 Marília   2008 2011
2 Nacional-AM 1982 2001  
2 Oeste   2020 2021
2 Palmeiras 2002 | 2012    
2 Rio Branco-AC     2011 | 2013
2 River-PI 1982   2016
2 São Bento   2019 2020
2 Sergipe   1996 I 2001  
2 Tuna Luso   1999 I 2001  
1 Águia de Marabá     2015
1 Alecrim     2010
1 Altos-PI     2023
1 América-RJ 1988    
1 América-SP   1995  
1 Anapolina   2005  
1 Araguaína     2011
1 Atlético-AC     2019
1 Atlético-CE     2022
1 Atlético-MG 2005    
1 Baraúnas     2013
1 Barra do Garças   1995  
1 Brasília 1983    
1 Brusque     2022
1 Central de Caruaru   1997  
1 Corinthians 2007    
1 Crac     2014
1 Cruzeiro 2019    
1 Democrata   1995  
1 Ferroviária   1995  
1 Galícia 1983    
1 Globo FC     2019
1 Goiatuba   1997  
1 Internacional 2016    
1 Inter de Limeira 1990    
1 Imperatriz     2020
1 Itabaiana 1982    
1 Ituano   2007  
1 Jacuipense     2021
1 Juazeirense     2018
1 Madureira     2015
1 Marcílio Dias     2009
1 Manaus     2023
1 Nacional-AM 1982    
1 Novorizontino*   1995  
1 Operário-PR   2022  
1 Paulista   2007  
1 Pouso Alegre-MG     2023
1 Rio Branco-ES 1983    
1 Santos 2023    
1 São Raimundo-AM   2006  
1 São Raimundo-PA     2010
1 Serra   2001  
1 São José-SP 1990    
1 Taguatinga 1982    
1 Tiradentes-DF   1994  
1 Tombense-MG   2023  
1 União Barbarense   2005  
1 Volta Redonda   1998  
1 XV de Piracicaba   2002  
Fonte: ge.com

*Importante ressaltar que o Novorizontino, citado na lista de rebaixados acima, é uma agremiação diferente do Grêmio Novorizontino, fundado em 2010 e que disputa atualmente a Série B do Campeonato Brasileiro.

 

Por ge esportes

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