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Botafogo dispara para 90% de chances de título; Vasco tem 68% de possibilidades de ficar na Série A

Alvinegro carioca garante vaga na Libertadores pela projeção feita pelo Espião Estatístico, e Bragantino fica perto de outra vaga com 96% de chances de terminar pelo menos no G-6
20 de outubro de 2023
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Veio a segunda vitória seguida do líder Botafogo, desta vez diante do América-MG, e a desconfiança do período Bruno Lage se transformou em esperança sob o comando de Lúcio Flávio. As chances estavam em 62% após a 25ª rodada e subiram para 89,6% (90% se arredondarmos para dois dígitos) após dois triunfos em sequência. A contagem regressiva para a taça está de volta, e o próximo desafio será em casa contra o Athletico-PR, que vem de boa vitória atuando como visitante frente ao Grêmio.

Os seus perseguidores Bragantino e Flamengo até tiveram bons resultados nesta rodada de meio de semana. No entanto, o bom momento do Alvinegro carioca não deixa que as possibilidades dos rivais cresçam demais. O Massa Bruta caiu de 9,4% de chances de título para 7,2%, enquanto o Rubro-Negro foi de 1,1% para 1,4%.

Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos todas as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.069 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013, que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes no ataque e na defesa a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente. Os dados ajudam a calcular as chances de cada equipe vencer os jogos restantes, fazendo 10 mil simulações para cada partida a ser disputada, o que resulta nos percentuais do quadro abaixo. A metodologia empregada está explicada no final do texto.

Chances de permanecer na Série A

Foi uma boa rodada para o Vasco, que deixou o Z-4 do Brasileirão ao derrotar o Fortaleza e aumentou suas chances de permanência na Série A de 54% para 68,3%. Fôlego importante para a equipe cruz-maltina, que terá o clássico contra o Flamengo no próximo domingo para consolidar sua recuperação no campeonato.

Na zona de rebaixamento após uma amarga derrota na Vila Belmiro para o Bragantino, o Santos estava com 70,5% de possibilidades de ficar na elite e caiu para 61,3%, mas segue dependendo de suas forças para sair da difícil situação em que se encontra. Se em casa foi mal, a recuperação precisa começar fora contra um rival direto na briga contra o rebaixamento. O Peixe vai ao Beira-Rio encarar o Internacional, que tem 81,9% de chances de permanência e dois pontos a mais que a equipe santista.

América-MG e Coritiba mantêm chances ínfimas de menos de 2% de ficar na elite do Campeonato Brasileiro. As derrotas de ambos para Botafogo e Cuiabá, respectivamente, não ajudaram na busca desesperada pela recuperação na competição nacional.

Chances de Libertadores

 

Pelas projeções feitas pelo Espião Estatístico, já é possível afirmar que o Botafogo está garantido na Taça Conmebol Libertadores de 2024. Chegou a 100% de chances de ficar ao menos no G-6 do Brasileirão. Para a vaga direta na fase de grupos ainda precisa de mais alguns bons resultados, pois está com 99,9% de possibilidades de terminar no G-4. Matematicamente ainda pode ser alcançado pelo sétimo colocado, que atualmente é o Atlético-MG com 43 pontos, 15 atrás do líder, mas todas as simulações feitas pelo Espião indicam que as chances disso acontecer são nulas.

Isolado na segunda colocação, o Bragantino está bem encaminhado para a próxima Libertadores com 96,5% de possibilidades de ficar ao menos no G-6 e 86,5% no G-4. E ainda tem um confronto direto em Bragança, no próximo domingo, contra o Fluminense, que pode dar ainda mais força aos comandados de Pedro Caixinha para a reta final do Brasileirão.

Metodologia

 

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência as finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.058 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013.

As variáveis consideradas no modelo são: (1) a distância e o ângulo da finalização em relação ao gol; (2) se a finalização foi feita cara a cara com o goleiro; (3) se foi feita sem a presença do goleiro; (4) a parte do corpo utilizada para concluir; (5) se a finalização foi feita de primeira, ajeitada ou carregada; se o chute foi feito com a perna boa ou ruim do jogador; (6) a origem do lance (pênalti, escanteio, cruzamento, falta direta, roubada de bola, lateral etc); (7) se a assistência foi feita de dentro da área; (8) a posição em que o atleta joga; (9) indicadores de força do chute; (10) o valor de mercado das equipes em cada temporada a partir de dados do site Transfermarkt (como proxy de qualidade do elenco); (11) o tempo de jogo; (12) a idade do jogador; (13) a altura do goleiro em jogadas originadas de bolas aéreas; (14) a diferença no placar no momento de cada finalização.

 

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. Essa variação indica as chances de os times vencerem cada adversário e, a partir daí, é calculada a chance de os clubes terminarem o campeonato em cada posição.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Gabriel Leonan, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Victor Gama.

 

Por ge Esporte

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