O espetáculo do Fortaleza começou antes da bola rolar. Nas arquibancadas, os torcedores do Tricolor prepararam dois mosaicos antirracistas. O primeiro trazia a mensagem "Juntos na luta", e o segundo reforçava a ideia: "Stop Racism". Outra língua, para que o recado chegasse para ainda mais pessoas e não restasse nenhuma dúvida do significado.
Falar do Fortaleza é também falar das arquibancadas, já que é dali que vem a 12ª força, os gritos de apoio e o canto que não cessa nem nos momentos difíceis. Os cantos começaram logo na execução do Hino Nacional do Brasil. Foi de arrepiar. E o clima criado pelos torcedores no estádio não sumiu em nenhum momento, pelo contrário, aumentou com o gol marcado por Romero aos 4 minutos.
O time foi escalado com força máxima, contando com os retornos de Lucas Lima e Crispim aos titulares, repetindo a dupla de ataque Moisés e Romero, uma zaga com Titi, Benevenuto e Tinga, e os volantes Felipe e Hércules.
O primeiro gol foi rapidamente marcado. O time começou o duelo pressionando e em uma jogada de Lucas Lima, Crispim recebeu no ataque e serviu Silvio Romero. Tudo isso com apenas quatro minutos de bola rolando. A energia que estava em alta no Castelão, aumentou ainda mais com a explosão de gritos e comemorações nas arquibancadas.
Mesmo com a vantagem, o time seguiu corajoso e intenso. Uma falha veio aos 13 minutos. Benevenuto derrubou Pochettino na área, e Enzo Fernández deixou tudo igual em cobrança de pênalti. Mas o empate não mexeu em nada na postura do Fortaleza de Juan Pablo Vojvoda.
Durante toda primeira etapa, o time seguiu brigando para permanecer com a bola, aplicando volume de jogo, mantendo a organização e criando oportunidades. Lucas Lima e Felipe pararam no goleiro Armani em grandes oportunidades. Até a ida aos vestiários, o Fortaleza somava nove finalizações, sendo cinco para o gol.
Apesar do River ficar mais com a posse de bola, o Fortaleza organiza melhor seus jogadores em campo. A maioria dos jogadores do River trocam passes longe do gol de Max Walef. #trcastelao @beatrxzcarvalho pic.twitter.com/kiNxm0cydT
— Espião Estatístico (@EspiaoEstatist) May 5, 2022
Na segunda etapa, com o andamento da partida, o Fortaleza passou a apresentar menos movimentações. Vojvoda resolveu mudar peças. As primeiras entradas promovidas foram de Depietri e Zé Welison. O atacante entrou com nova energia e buscou recuperar as boas chegadas do Leão. Com a entrada de Kayzer, o Fortaleza ainda teve boas chances e lance polêmico de possível pênalti no jogador.
Apesar do empate, o Fortaleza sai de cabeça erguida do duelo por tudo que entregou em campo. A atuação foi forte diante do maior adversário que já enfrentou na história do clube e em nenhum momento o time abriu mão do ímpeto e da intensidade. Foi grande em campo e também na mensagem que passou nas arquibancadas. Sai respeitado e ainda vivo na briga pela classificação na Libertadores. O torcedor vai lembrar da noite no Castelão com orgulho do que viu.
Fortaleza x River Plate, Silvio Romero — Foto: Thiago Gadelha/SVM
Olhando para frente, o time tem novo desafio pelo Brasileirão no domingo (8), contra o São Paulo, na Arena Castelão.
Por Beatriz Carvalho — Fortaleza, CE